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Moimórias, 2009

Em uma antiga oficina, um alfaiate idoso costura suas encomendas, tecendo um mundo próprio, no qual, imaginação, trabalho e memória dançam juntas ao ritmo de uma antiga máquina de costura.
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A peça

Moimórias é um espetáculo solo e sem palavras. No palco uma jovem manipula e contracena com um boneco, com o qual estabele uma relação, ora de manipuladora, ora de amiga, ora invisível, ora visível e cria uma inesperada atmosfera de realidade e fantasia, na qual um vestido de noiva e um terno criam vida e dançam embalados pelas memórias do velho alfaiate. Suas memórias não revelam uma história clara, mas fornecem elementos para que o público, por meio de suas próprias lembranças construa sua narrativa. No entanto, a memória não é encenada como experiência traumática. Mas é ampliada para que esta rememoração possa favorecer uma ressignificação, unindo passado, presente e futuro para que se harmonizem e, assim, reforcem a sensação de pertinência do ser humano a um grupo de origem e de destino, criando para o personagem o significado de se ter uma trajetória. O boneco, com a cabeca talhada em madeira bruta e sem o fino trato dos modernos vernizes não pode ser repetido em série. Ao nascer, já era velho e agora, por meio da manipulação, diz a todos que mesmo com idade avançada se presta à arte de viver. Uma homenagem aos idosos, aos antigos ofícios e à memória.

Ficha Técnica

Duração do espetáculo: 50 minutos
Dramaturgia: Eduardo Joly
Boneco: Eduardo Joly (cabeça) e Renato Bolleli (corpo)
Diretor convidado: João Otávio
Direção de arte, luz e som: Carlos Eduardo de Andrade Gomes
Manipulação e atuação: Alexandra Tavares